domenica 12 settembre 2010

Nomes próprios e seus signficados

A partir de hoje, como curiosidade, algumas colunas publicadas semanalmente às segundas-feiras no Diário do Nordeste passarão a ser editadas aqui no nosso Blog, enquanto esperamos um patrocínio, quem sabe, para publicar em papel, como já nos foi sugerido e solicitado, todas as nossas colunas Palavras, Lógica e Sentido.

Apresentamos hoje nomes próprios, da letra A ate a letra C, com a devida explicação etimológica. Chamamos a atenção para o fato de que alguns nomes têm mais de uma explicação possível e também porque nem sempre a explicação é puramente etimológica, há casos em que a explicação é por analogia ou outras formas.

Os nomes próprios revelam vez por outra, curiosidades como: Burro, Calógero... você sabe qual foi o imperador romano que passou para história com o apelido de “Alpercatinha”?

Abdala. Do árabe, Abd = servo, + Allah = Deus. Servo de Deus.
Abdalaziz. Do árabe, Abd = servo, al (artigo), + Aziz = vitorioso. Servo vitorioso.
Arquelau. Do grego, archo = governo, + laos = povo. Governador do povo.
Arsênio. Do grego, arsen = viril, macho. Homem viril.
Arquimedes. Do grego, arqui = super, + medes, de medomai = pensar. Grande pensador.
Artur. Do céltico, art = pedra. Duro como a pedra.
Ascânio. Filho de Enéas, de etimologia desconhecida.
Aspásia. Do grego, aspozomai = abraçar. Mulher que acolhe com ternura. Era uma mulher ateniense célebre por sua beleza.
Asdrúbal. Do púnico, a`ru Baal = auxílio de Baal.
Assurbanipal. De axur-bani-pal = o deus Assur cria o filho.
Astolfo. Do alemão, ast-wulf = a lança que socorre.
Astério. Do grego, astérios = brilhante como um astro.
Atanásio. Do grego, athanatós + imortal. Vencedor da morte.
Ataulfo. Do alto alemão, Auxilio Paternal.
Átila. Do gótico, diminutivo de atta = pai. Significa: Paizinho ou Painho (na Bahia).
Augusto (a). Do latim, Augustus = consagrado pelos bons presságios dos adivinhos.
Aurélio (a). Palavra híbrida, do latim aurum =ouro, + elios = sol. Brilhante como o sol.
Aurora. Do latim, aurorra = brilhar, reluzir, alvorecer.
Austragésilo. Do gótico, austr = brilhante, + Geisel = refém (em alemão). Brilhante refém. É que na antiguidade os reféns eram tomados entre os filhos de pais ilustres.
Autólico. Do grego, autos = próprio; + lykós = lobo. O próprio lobo.
Aziz. Do árabe, significa o Bem Amado.

Balbino (a). Do latim, Balbinu = diminutivo de Balbus. Pequeno Balbo.
Balduino. Do alemão, Bald = audaz, ousado, + win = companheiro. Amigo corajoso.
Baraquias. Do hebaico, Barakiah = Deus abençoou.
Bárbara. Do grego, bárbaros = estrangeiro. Na antiguidade = o que não fala grego.
Basílio. Do grego, Basileios = real, régio. Em russo, Vasili, que foi o primeiro Czar russo.
Batista. Do grego, baptistés = balizador. Aquele que batiza.
Beatriz. Do latim, Beatrix = a que torna feliz.
Belisa. É apenas um anagrama de Isabel.
Belisário. Talvez do grego, belos = dardo. O que arremessa dardos ou flechas.
Benedito. Do latim, bendictus = abençoado.
Benoni. Do hebrico, Ben-aini filho da dor (cf. Gen.35, 18).
Bequimão. Do alemão, Bäckmann = padeiro.
Berengário. Do alemão, Bern = urso, + gar = lança. Caçador de ursos.
Berenice. Do macedônio, fere = trazer, + nike = vitória. Aquela que traz a vitória.
Bernardo. Do alemão, bern = urso, + hard = audaz. Ousado como um urso.
Berto (a). Do alemão, Berth = esplêndido (a). Associado a Alberto, Humberto, Roberto.
Bertoldo. Do alemão, Berth = esplêndido, + wald = chefe. Chefe esplêndido.
Bertrando. Do alemão, Berth = brilhante, + rand = escudo. Escudo brilhante.
Blandina. De origem latina. Significa, mulher, meiga e afável. Mártir cristã do século II.
Boaventura. De origem latina. Significa, o bem-vindo, o afortunado.
Bonifácio. Do latim, bonifatus = bem fadado. Ou de bônus faciens = o que faz o bem.
Breno. Do gaulês, brenn = cabeça. O Chefe. Em latim, Brenus (cf. Tito Lívio, V, 48).
Brígida. Do irlandês, Brig, ou Brighid = forte, grande. A forte.
Brunilda. Do alemão, brünne = couraça, + hild = combate. A que combate com couraça.
Bruno (a). Do francês, brun = moreno, trigueiro. Bruno louro é contradição etimológica.
Burro. Do latim, burrhus. Nome próprio masculino. Pode até ser raro, mas existe. Um deles é célebre, o americano Burrhus F. SKINNER, *1904+1990, um dos grandes psicólogos do século XX. Ele contribuiu muito para a teoria behaviorista, de J. B. Watson.

Caio. Do latim, gaius = alegre. Foi de “gaius” que o francês tirou “gai” = alegre.
Caetano. Do latim, caietanu = natural da cidade de Gaeta (Itália).
Calisto. Do grego, kallistós = belíssimo. O que é muito belo.
Calógero. Do grego, kalogeros = belo velho. Pandiá Calogeras foi o primeiro civil brasileiro da chefiar o Ministério da Guerra, em 1919 no governo de Epitácio Pessoa.
Calícrates. Do grego, kalos = belo + krates = forte. Forte e belo.
Calígula. É o diminutivo de caliga = alpercata dos soldados romanos. Calígula, = Caius César Germanicus, foi criado em acampamentos e recebeu dos soldados esse apelido. Tornou-se o imperador e passou para a história com esse nome: “alpercatinha” = Caligula.
Calíope. Do grego, kalos = belo (a), + ops = face, rosto. De bela face, bonita. Musa da poesia, ela é invocada por Camões em Os Lusíadas.
Calipso. Do grego, kalypsô = esconder. Era uma ninfa que se ocultava na ilha de Ogigia.
Calístenes. Do grego, kalos = belo, + sthenes = forte. Homem forte e belo.
Calvino. Do latim, calvinu = um pouco calvo, meio careca.
Camerino. (Sobrenome). Natural de Camerino, cidade do centro norte da Itália.
Camilo (a). Do latim, Camilus = jovem livre de família importante.
Cândido. Do latim, candidus = ingênuo, simples, puro.
Canuto. Do dinamarquês. Significa, poderoso, forte.
Carlos. Do alemão, Karl = Forte, viril. Ou do latim, carus = estimado.
Casimiro. Do polonês, ukasar = pregar, = mir = paz. Pregador da paz.
Cassilda. Do alemão, aquela que combate com lanças.
Cássio e Cassiano. Do latim, cassis = elmo. Homem armado com o elmo.
Castro. (Sobrenome). Do latim, castrum. Acampamento, fortaleza.
Catarina. Do grego, katarós = puro. Significa, a pura.
Cataldo. Do alto alemão, hatu = guerra, + wald = potente. Fortíssimo na guerra. São Cataldo é o protetor de Taranto, porto militar italiano no calcanhar da bota.
Castor. Do grego, kastor = brilhante.
Catulo. Do latim, catulus = cãosinho, cachorrinho, filhote.
Celeno. Do grego, keláinos = negro, sombrio. Nome de mulher. Era uma das harpias.
Celeste. Do latim, coelestis = habitante do céu.
Celestino (a); Celina. Diminutivos de Celeste.
Celso. Do latim, celsus = alto, elevado, apreciado, respeitado.
Ceres. Do latim, Ceres = criadora. Deusa da mitologia greco-romana.
Cesário. Do latim, Cesarius = Dedicado a César.
Cícero. Do latim, Cícero, ciceronis = grão de bico. (Cf. Plutarco, Vida de Cícero, I, 1).
Cilene. Do grego, kylléne. Nome feminino de etimologia desconhecida.
Cincinato. Do latim, cincinatu = de cabelo cacheado.
Cineas. Do grego, kineas. Nome de homem de etimologia desconhecida.
Cipriano. Do latim, cyprianu = cipriota, natural de Chipre.
Cirene. Do grego, kyrene = Nome de uma das ninfas. É uma cidade da África.
Cireneu. Do grego, kyrenáios = natural da cidade de Cirene.
Ciríaco. Do grego, kyriakós = do Senhor, senhorial.
Cirilo. Do grego, kyrillos = plena autoridade.
Ciro. Do persa = sol; pelo grego, kyrós = força. O que tem poder, o que é forte.
Cláudio (a). Do latim, claudus = manco, coxo. Da família romana, Claudius.
Claudino. É o diminutivo de Cludio.
Claudionor. Significa: “em honra de Cláudio.

sabato 11 settembre 2010

A Universidade e a construção do saber

Em meio ao ambiente propício da FACED-UFC, centenários manguezais, bem-te-vis que bailavam pelas janelas querendo adentrar e participar das discussões, colegas dos mais diversos ramos da ciência e três professores doutores à disposição: Luiz Botelho, Ana Iório e Paulo Barguil, eu aprendi como se dá a construção do saber no contexto cultural e as normas e formas das Práticas Educativas. Era a cadeira Didática do Ensino Superior que encerrava as disciplinas do mestrado no Programa Regional de Desenvolvimento e Meio Ambiente (PRODEMA-UFC).
Aprendi com estes mestres que as Fábulas são a maneira de formar as pessoas no ambiente doméstico. Histórias com moral. Mostram o que é aceitável, inaceitável, valorizado ou não. É um princípio de formação. Destacam valores de humanidade e de solidariedade. Os Mitos, outra maneira de formar, referem-se a coisas que existem na natureza, na sociedade. O mito é extenso. Pode ser desconcertante pela crueza. Mostra que somos santos e diabos. Capazes da maldade, da esperteza, da enrolação. É um processo formador mais estruturado. Fábulas e Mitos, pois, estão dentro do processo formador que atravessa todas as civilizações. Ajudam a compreender a formação da sociedade.

PAIDEIA é o processo pelo qual se deu a formação do Homem grego. HUMANITAS, formação do Cidadão Romano. ESCOLÁSTICA, formação do Cristão Católico. Grande parte da educação brasileira, por exemplo, é moldada nestes princípios trazidos a nós pelos Jesuítas (1549). DIDÁTICA (Século XVIII), que surgiu no contexto da Reforma Protestante. Proposta de educação para todos: meninos e meninas. A finalidade era ensinar a todos a lerem os textos sagrados para se salvarem. Ler é fundamental para a salvação. A REVOLUÇÃO FRANCESA traz o Contrato Social (Rousseau). Direitos e deveres da cidadania. Direitos e deveres de homens e mulheres terem 4 anos de educação básica. Técnicas de ensino. Emancipação. Educação para a salvação, para o consumo... O Ensino Superior.

Mas o que é o Ensino Superior? Existe por acaso um ensino inferior? (Bom, existe o Ensino Médio). O Ensino Superior, digamos, é para pessoas que já foram domesticadas, treinadas e sabem quais são as suas responsabilidades e limitações. É um processo de construção da autonomia intelectual. O Ensino Superior existe para completar o processo de autonomia dos alunos. É um ensino para adultos extremamente sofisticados. A plena VERDADE não existe. O discurso é certo, é provável, é plausível, é certificado pela Academia, que está aí para ajudar a construir o perfil sociocultural, para nos auxiliar a construirmos nossa autonomia intelectual.

A Universidade era uma concessão territorial. Os professores não pagavam impostos. O estudante universitário não participava em refregas. Ter direito a usar cores, Brasão de Armas, o Campus Universitário são memórias de um passado glorioso que construiu o patrimônio da Academia. Direito a um diploma universitário. Antes só podia ser professor quem fosse filho de professor. Hoje é a avaliação pelo mérito feito pelos pares a critério da Universidade ao longo do processo de formação. A construção de uma identidade socialmente reconhecida tem como cenário a construção de um saber. É para isto que nos preparamos no Ensino chamado Superior. O mérito é aferido através de exames. Há uma articulação com o conhecimento. É prazeroso. Cada um encontra o tema que lhe agrada.

Para isso, temos a METODOLOGIA. Há um plano de ensino. Um planejamento prévio. Um ciclo pedagógico. A condução do processo. Plano. Previsão. Avaliação. Controle. São palavras-chave que indicam ser o ensino SUPERIOR para adultos responsáveis, para aqueles que, como o bem-te-vi na janela, querem entrar e participar. É a construção do saber.

Zacharias Bezerra de Oliveira