venerdì 26 marzo 2010

O hífen nas formações por prefixação, recomposição e sufixação

A base XVI traduz uma série de situações nas quais se utiliza e não se utiliza o hífen. Abaixo, de forma sucinta, está a mostra do que diz este tópico do Acordo Ortográfico, que pode ser acompanhado com numerosos exemplos no livro Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. O livro está disponível na Banca Shopping, Praça Portugal, em Fortaleza, ou pelo telefone (85) 3257-9583.

USA-SE O HÍFEN

Nas formações com os prefixos: ante-, anti-, circum-, co-, contra-, entre-, extra-, hiper-, infra-, intra-, pós-, pré-, pró-, sobre-, sub-, super-, ultra- etc. e também em formações por recomposição, com elementos autônomos/autónomos ou falsos prefixos de origem grega e latina: aero-, agro-, arqui-, auto-, bio-, eletro-, geo-, hidro-, inter-, macro-, maxi-, micro-, mini-, multi-, neo-, pan-, pluri-, proto-, pseudo-, retro-, semi-, tele- etc. somente nos seguintes casos:

a) Quando o segundo elemento começa por h:
b) Nas formações em que o prefixo termina com a mesma vogal com que se inicia o segundo elemento:
c) Nas formações com os prefixos circum-, e pan-, quando o segundo elemento começa com vogal, m ou n (além de h, caso visto na alínea a).
d) Nas formações com circum- e pan-, segundo elemento iniciado por vogal m, n ou h.

circum: circum-adjacente, circum-ambiente, circum-americano, circum-anal, circum-articular, circum-asiático, circum-axial, circum-áxil, circum-escolar, circum-meridiano, circum-mediterrâneo, circum-murado, circum-navegação, circum-natação, circum-oral, circum-orbital, circum-uretral...
pan: pan-africano, pan-americano, pan-árabe, pan-eslavismo, pan-óptico, pan-osteíte, pan-helênico, pan-islâmico, pan-mítico, pan-mixia, pan-negritude, pan-oftalmite, pan-oposição…

Atenção para exceções, nomes em que pan, não é prefixo: Panamá, panapaná, pandear, panifício, panjabi, panléxico, panócio, panorama, panormitana, pancosmismo, pancromático, pandear, pandectista, panglossiano, panleucopenia, panlogismo, panóplia, panqueca, panriar, panromânico, pansofia, pantanal, pantear, panteísmo, panteologia, pantesma, panteísmo, pantodonte, pantofagia, pantofobia, pantografia, pantologia, pantólogo, pantômetro, pantomina, pantomineiro, pantomimice ou pantominice, pantomímico, pantopelágico, pantópode, pantópodo, pantóptero, pantropical, pantufa, pantufada, pantufo, panturra, panturrilha, panurgismo e panzuá.

e) Nas formações com os prefixos hiper-, inter- e super-, quando o segundo elemento começa por r.

Atenção: Com “sub” usa-se o hífen 1 )quando o segundo elemento começa por h. Exemplos: sub-hepático... sub-humano (mas escreve-se subumano, nesse caso, humano perde o “h”). 2) quando o segundo elemento começa pela letra b. Exemplos: sub-base, sub-bibliotecária, sub-bloco, sub-bosque... O Acordo nada diz das palavras compostas com o prefixo “sub” quando o segundo elemento começa por “r”. Mas o VOLP e também o Houaiss grafam com hífen: sub-raça... sub-raiano, sub-ramo... subrendimento, subremunerado, subrepassar, subrepticiamente, subreptício, subroda, subrogação, subrogatório, subrogável, subrostrado, subrotina, subrotundo, subsônico. Há os que pretendem deva-se, no caso da letra “r”, usar o hífen por questão de eufonia: sub-raça, sub-ramo, sub-ramal, sub-ramo... sub-refeitoreiro... sub-região... sub-regular... sub-reino, sub-reitor... sub-remunerado, sub-repassar... sub-repção... sub-rogar... sub-rotina... A mesma observação vale para os prefixos latinos: ab (ab-rogabilidade...), ad (ad-rogação... ad-rogar...), ob (ob-rogação...)e sob (sob-roda). E mais, para estes últimos prefixos o VOLP marca: ad-digital (com hífen), mas escreve: addisoniano, addisonismo, addisonista e addisonístico (sem hífen).

f) Nas formações com ex- (estado anterior ou cessamento), sota-, vice-, e vizo-.
g) Nas formações com prefixos tônicos/tónicos acentuados graficamente pós-, pré- e pró-, quando o segundo elemento tem vida à parte.
h) Os dois prefixos relativamente quase não usados: “ab” e “ob” exigem o hífen em algumas palavras:

ab: ab-reação, ab-reagir... ab-reptício, ab-repto, ab-rogabilidade, ab-rogação, ab-rogador, ab--rogamento, ab-rogar... ab-rogatário, ab-rogativo, ab-rogatório, ab-rogável, ab-rompido, ab- -rupção, ab-ruptado, ab-ruptela, (mas também abrutela), ab-ruptinérveo, ab-ruptipenado, ab- -rupto (mas também abrupto), ab-ruptude...
ob: ob-repção, ob-reptício, ob-ringente, ob-ringenifloro, ob-ringentiforme, ob-rogação, ob- -rogar... ob-rogativo, obrogável...

Atenção: Não se usa hífen em palavras que contêm os prefixos des- e in-, nas quais o segundo elemento perdeu o h inicial: desumano, desumanidade, inábil, inabilidade, inumano... A palavra subumano também perdeu o “h” do elemento humano.

NÃO SE UTILIZA O HÍFEN

a) Nas formações em que o prefixo ou falso prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s, sendo que essas consoantes são duplicadas: antessacristia, antessala, antessalão, antessentir, antessocrático, ecossistemas...

anti: antirrábico, antirracional, antirracismo, antirracista, antirradiação,

Atenção: Existem palavras em que o “anti”, não é prefixo: antiguano (de Antígua), antiguidade, antiquado, antiquário, antílope, antirrino (planta da família das escrofulariáceas nativa da península ibérica), antipasto (pé métrico da poesia Greco-latina) antiste etc. O Acordo nada diz sobre palavras de origem estrangeira começadas com “s” + consoante. Nestes casos, não há razão para duplicar o “s”. Ex.: antiskate, antiskinhead, antislalom, antislide, antislogan, antislip, antislot, antismog, antismatch, antismoking, antismörgasbord, antisnach-bar, antisnipe, antispam...

Atenção para: surrealismo.

b) Quando o prefixo ou pseudoprefixo termina em vogal e o segundo elemento começa com uma vogal diferente.

ortoidrogênio/ortoidrogénio (é uma forma possível, mas se for com “h” tem hífen)...

Atenção: Com prefixos terminados em consoante como: hiper, inter, super... não se usa o hífen quando o segundo elemento começa com vogal: hiperacidez, hiperativo, hiperirritado... interescolar, interestadual, interestudantil... superamigo, superinfecção/ superinfeção, superinteressante, superaquecimento, superexigente, superotimista...

USA-SE O HÍFEN

Nas formações por sufixação usa-se o hífen apenas nas palavras com sufixo de origem tupi-guarani: se o primeiro elemento acaba em vogal acentuada graficamente:

açu e/ou assu: andá-açu, andirá-açu, cajá-açu, capim-açu, gravatá-açu, ingá-açu, ingá-mirim, jacundá-açu, jará-açu (palmeira), juá-açu, jutaí-açu, manacá-açu, maracujá-açu, tangará-açu, teiú-açu, xué-açu (espécie de sapo)... timbó-açu (árvore), Tomé-Açu (cidade do Pará)... Mas escreve-se numa só palavra, tejuaçu e tejuguaçu.

Exceção para as cidades: Aracatiaçu (CE), Careaçu (MG), Caririaçau (CE), Guapiaçu (SP), Igaraçu (SP), Iguaçu (PR), Ipiaçu (MG); Ipuaçu (SC), Ituaçu (BA), Sapeaçu (BA), Taquaruçu (MG), Turiaçu (MA), Uruaçu (GO).

guaçu: amoré-guaçu, andirá-guaçu, cambará-guaçu, maracanã-guaçu, sabiá-guaçu, tangará- -guaçu, teiú-guaçu, xué-guaçu... Embu-guaçu (SP), ou quando a pronúncia exige a distinção dos dois elementos, como: saíra-guaçu... Faz exceção: nambuguaçu...

Exceção para as cidades: Ibuaçu (CE), Ibuguaçu (CE), Igaraçu (SP), Igarassu (PE), Iguaçu (PR), Ipanguaçu (RN), Ipiaçu (MG), Ipuaçu (SC), Iraguaçu (PE), Itaguaçu (ES), Mandaguaçu (PR), Tanhuaçu (BA), Turiaçu (MA).

mirim: anajá-mirim, cajá-mirim, ingá-mirim, juá-mirim, jupicaí-mirim (erva), japu-mirim, jutaí-mirim (árvore), socó-mirim, tuiu-mirim.

Atenção para as exceções: quatimirim (esquilo florestal), tujumirim (abelha dourada)... E também em nomes de cidade como: Aramirim (MG), Botumirim (MG), Guapimirim (RJ), Ibimirim (PE), Ibuguaçu (CE), Ipaumirim (CE), Ipumirim (SC), Itagimirim (BA), Itaguaçu (ES), Itumirim (MG), Jumirim (SP), Jurumirim (MG), Guaramirim, (SC), Itapemirim (ES), Manhumirim (MG), Paramirim (BA), Parnamirim (RN) e (PE), Peri Mirim (MA) (separado sem hífen), Tarumirim (MG), Umirim (CE) (Provavelmente nem todos sabem que Umirim é = o pequenino, o pequerrucho).

Atenção: Mesmo em nome de cidades existem exceções: Ceará-Mirim (RN), Guajará-Mirim (RO), Itapecuru-Mirim (MA); Moji-Guaçu (SP); Moji-Mirim (SP); Peri-Mirim (MA), Sapucaí-Mirim (MG)... É possível também encontrar alguns desses nomes unidos como, Itapecurumirim, Mojiguaçu ou Mojimirim. A palavra “Moji” vem do tupi e significa “rio das cobras”, não confundir com o prefixo grego “mógi/mógis” que você pode ver no Suplemento I do livro Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.

Atenção: usa-se também o hífen para unir duas ou mais palavras contextualmente combinadas: Liberdade-Igualdade-Fraternidade, a ponte Rio-Niteroi, a corrida Paris-Dakar, a conexão Amã-Bagdá-Berirute, o eixo Roma-Berlim-Tóquio, o império Austro-Húngaro, a roleta-russa, o salário-base, o salário-família, a segunda-feira, o fator sócio-cultural, o sossega-leão, a vaca-leiteira, Xique-Xique (cidade da Bahia) etc.

Zacharias Bezerra de Oliveira

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